18 de fevereiro de 2010

Estrago das chuvas provoca corrida a seguradoras em SP

Data: 18.02.2010 - Fonte: Folha de S. Paulo | Cotidiano | SP

Ocorrências com automóveis e residências segurados aumentaram em média 30%
Além dos transtornos com carros e imóveis alagados, muitos paulistanos tiveram problemas também para contatar suas seguradoras

As fortes chuvas em São Paulo têm provocado uma corrida às seguradoras. As ocorrências de sinistro em seguros de automóveis e residências aumentaram em média 30% na capital em janeiro, em comparação com o mesmo mês no ano passado, segundo o Sindicato de Corretores de Seguros local.

"É um aumento muito expressivo, que deve ser compensado com uma alta nos preços das apólices", avalia o presidente da entidade, Leoncio Arruda.

Além dos transtornos com carros e imóveis alagados, muitos paulistanos tiveram problemas também para contatar suas seguradoras. Foi o caso da jornalista Guta Campos, cuja casa, em Perdizes, zona oeste, teve um muro desbarrancado na madrugada de 21 de janeiro.

Naquela manhã, ela ligou 11 vezes para a Itaú Seguros e chegou a esperar 40 minutos na linha, enquanto os atendentes transferiam a ligação, que insistia em cair. "Só consegui ser atendida e registrar a ocorrência no dia seguinte", diz Guta.

"Foram muitas chamadas. Nossa linha telefônica ficou sobrecarregada e não suportou tanta demanda [por causa da chuva]", justificou Lauriberto Tavares, diretor de serviços da Itaú Seguros Auto e Residência.

A empresa registrou aumento de 50% nas chamadas para assistência em residência no mês de janeiro, em comparação com o ano passado, em decorrência das chuvas. De 4.000 em 2009, foi para 6.000 em 2010. Já as chamadas para automóveis saltaram de 15 mil para 21 mil. Os casos de perda total de carros provocadas por enchentes saltaram de 21 em janeiro do ano passado para 68, no mesmo período deste ano.

Ele afirma que a empresa estuda medidas para diminuir os impactos das chuva sobre os negócios. "Queremos criar um novo tipo de serviço, como mandar mensagens por celular para nossos clientes informando locais que podem sofrer enchente para que possam desviar do trajeto", disse Tavares.

Na Sulamérica, o crescimento no atendimento a ocorrências em seguro residencial por danos elétricos, tipo de questão diretamente ligada à incidência de chuvas, foi de 79%, comparando dezembro de 2008 com o mesmo mês em 2009. Já em janeiro, o aumento foi de 42%.

Os bairros mais afetados foram Brooklin, Vila Mariana, Tatuapé, Santana e Butantã.

Já a Bradesco Seguros registrou em janeiro aumento de cerca de 30% em atendimentos emergenciais nos seguros de automóveis, em virtude dos alagamentos. A companhia fez mais de 90 remoções de veículos enguiçados em um único dia de enchente no município. No caso de seguros residenciais o aumento foi de 15%.

Sócio da Jopema Reguladora de Sinistros, empresa que realiza perícia para mais de 20 seguradoras, Claudio Massa também tem números alarmantes. O trabalho dobrou em janeiro deste ano, em comparação com o ano passado. De 600 foi para 1.200 vistorias em imóveis residenciais e comerciais.

Os motivos são danos elétrico em decorrência de queda de raio e oscilações no fornecimento de energia elétrica, destelhamento por causa de vendaval e alagamento.

9 de fevereiro de 2010

Seguradoras atendem 5 mil casos de carros alagados em janeiro em SP

Data: 09.02.2010 - Fonte: G1, com informações do SPTV

Aumento é de 80% em relação a janeiro de 2009.
Cerca de 2.500 não puderam ser recuperados.

Os quase 50 dias de temporais provocaram um aumento do número de carros considerados perdidos pelas seguradoras. Cerca de 2.500 não puderam ser recuperados. E quando o estrago tem conserto, a conta é de abalar qualquer orçamento.

O conserto de carros atingidos pelas enchentes em uma oficina mecânica aumentou 20% em apenas um mês. E arrumar um carro que ficou debaixo d'água não sai nada barato.

“Hoje, na faixa de R$ 4 mil. Tem retífica, troca de peças, anel, pistão, bomba de óleo, de junta, tudo mais. Tem que se mexer em banco, carpetes, em portas”, disse o mecânico Walter Santos.

Isso sem contar o desespero do motorista, que viveu a situação em várias regiões da cidade. Carros que quase sumiam na água ou cobertos por árvores caídas.

O seguro total cobre danos provocados pelas chuvas e pelos ventos fortes. Em janeiro, as seguradoras atenderam cinco mil casos desse tipo na capital, um aumento de 80%, comparando com janeiro do ano passado. Mas o motorista precisa ficar atento para não perder os direitos de cobertura.

“Em todos os casos aonde a água pegar o veículo está coberto, a seguradora paga. Agora, se ele enfrentar a água, ele for de encontro popositalmente aonde os outros não estão indo, se a seguradora souber, ela não vai pagar esse acidente. E também não deve retirar o veículo do local, porque senão vai parecer que é uma fraude”, afirmou Leôncio Arruda, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros.

Se o preço do conserto ultrapassar 75% do valor do carro, a seguradora considera perda total e aí nem precisa ir para a oficina: o dono recebe outro veículo. Foi o que aconteceu em quase a metade dos casos atendidos de quem tinha seguro e ficou no meio do temporal.

Segundo o Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo, tantas ocorrências devem inflacionar o mercado, o que deverá se refletir no aumento do preço do seguro. Se o carro for atingido por uma árvore ou um raio, o seguro também pode ser acionado.