29 de maio de 2008

Sul América fecha parceria com BV Financeira

A SulAmérica anunciou ontem à noite a assinatura de um acordo com a BV Financeira e a BV Leasing, do Grupo Votorantim, para a venda de seguros de carros. A parceria deve render prêmios de pelo menos R$ 500 milhões em cinco anos para a seguradora.

O contrato foi assinado ontem e prevê a venda do seguro de carros no momento do financiamento do veículo. A BV aprova por mês, em média, 80 mil propostas de financiamento. São nada menos que 18 mil revendas de veículos que contam com algum representante da BV. O contrato, de cinco anos, é de exclusividade, ou seja, as lojas e a rede da BV só vão poder comercializar as apólices de auto da SulAmérica.

Segundo Arthur Farme d'Amoed Neto, vice-presidente corporativo e de relações com investidores da SulAmérica, a estimativa "conservadora" é vender cerca de 50 mil apólices por ano.

O acordo anunciado ontem faz parte da estratégia da SulAmérica de crescer por meio de aquisições e parcerias. "Vamos ampliar nossa rede de distribuição." A empresa trabalha com 26 mil corretores ativos. Também usa a rede de agências do Banco do Brasil, por meio de uma sociedade na Brasilveículos, a seguradora de autos do BB.

A parceria entre a SulAmérica e a BV vem em um momento em que tanto o financiamento de carros quanto as operações de leasing estão registrando crescimento acelerado. Nos 12 meses encerrados em abril, o leasing a pessoas físicas cresceu 124%, chegando a R$ 38,9 bilhões, segundo dados do Banco Central divulgados ontem. Já o financiamento tradicional de veículos teve aumento de 23,3% em igual período, chegando a R$ 84,2 bilhões.

A carteira de autos representa 30% do faturamento da SulAmérica. No primeiro trimestre, ela cresceu 16%, quase o dobro do mercado (9%) e registrou prêmios de R$ 540 milhões. A frota segurada subiu 5%, para 1,8 milhão de veículos. Em São Paulo, a expansão dos prêmios foi de 17%.

O seguro de autos é segmento mais disputado no mercado segurador brasileiro. A Porto Seguro é a líder. Pelo ranking do primeiro trimestre do Sincor-SP (o sindicato dos corretores), que não inclui o seguro obrigatório DPVAT, a SulAmérica está em segundo lugar, com 15,5% do mercado, seguida pela Bradesco Seguros, com 13,3%.

Segundo Farme d'Amoed, em meados de junho, a seguradora e a BV vão começar a fazer um piloto em duas ou três cidades, ainda não escolhidas. A idéia é testar a venda para em seguida, cerca de 90 dias depois, expandir a operação para o resto da rede da financeira. A SulAmérica faturou R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre.

Fonte: Valor Econômico

27 de maio de 2008

Seguradoras começam a sentir reflexo do aumento da frota de veículos

Com uma frota de mais de 15 milhões de veículos no Estado de São Paulo, as seguradoras começam a perceber o aquecimento do mercado. Estudos do Sincor-SP demonstram que o faturamento das companhias de seguros no ramo de automóveis aumentou 7% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março deste ano, as seguradoras faturaram mais de R$ 3 bilhões em seguros de carros. A Porto Seguro ficou no topo do ranking com 20,80% de participação no mercado, mantendo, assim, a mesma posição que ocupava no primeiro trimestre do ano passado. Apesar do boom na venda de automóveis, que puxou o faturamento das seguradoras, o ramo que mais cresceu no primeiro trimestre deste ano para as companhias de seguros foi o de Riscos Financeiros: uma variação de 100% em relação a 2007.

19 de maio de 2008

A nova luz da CHUBB

LUXO É UMA PALAVRA que define a Chubb Seguros, conhecida pela proteção de bens exclusivos e milionários que vão de carros Ferrari e Mercedes- McLaren a jatos executivos. Mas se a ordem é crescer, a seguradora não se importa em descer alguns degraus na escala social. Mais precisamente, da classe A para a D. Em parceria com a corretora Aon Affinity, a Chubb colocou em sua mira a oferta de seguros em grande escala.
Acertou com a Light, companhia de energia elétrica do Rio de Janeiro, um microsseguro no valor de R$ 5,30 para fazer a cobertura residencial, funeral e desemprego. A apólice também dará direito a um sorteio mensal de R$ 5 mil. São 3,8 milhões de usuários que poderão adquirir esse produto. Esse é o primeiro grande passo em 2008. Três grandes negócios podem ser anunciados nas próximas semanas – inclusive com outra concessionária de energia, apurou a DINHEIRO. Acender a luz dos negócios com a baixa renda é a nova prioridade da Chubb.
Expor uma marca exclusiva em um segmento popular não preocupa os executivos da companhia. Até porque nesse tipo de seguro o nome da empresa é colocado discretamente no pé da conta de luz. “O cliente não diz que é segurado pela Chubb. Ele diz que é segurado pela Light”, afirma o presidente da seguradora, Acácio Queiroz. A Chubb continuará com seu tradicional padrão platinum. Para não gerar confusão, os dois setores de atuação foram separados em andares diferentes na sede da empresa em São Paulo – e com executivos especializados em cada um deles. Apostar nos seguros massificados é uma maneira de diversificação de negócios e, principalmente, uma forma de aproveitar o aumento de renda da população das classes D e E para ampliar o faturamento da empresa. “O Acácio ajudou a abrir um novo mercado e fazer a companhia crescer”, diz José Macedo, presidente da corretora Aon Affinitty e parceiro da Chubb nesse projeto.

Desde que assumiu o controle da Chubb, em 2005, Acácio Queiroz lutava para introduzir os seguros de baixíssimo valor no portfólio de produtos. Foi ele o responsável pela chegada desse tipo de seguro ao mercado brasileiro na década de 1990, quando estava à frente da Ace Seguradora. Macedo, por sua vez, foi um dos executivos que o ajudou com esse projeto de massificação. “O importante no massificado é o cliente e não a seguradora ou a corretora”, afirma Queiroz.

12 de maio de 2008

Planos de saúde excluem mais velhos

Karla Mendes - Estado de Minas

Quatro anos depois da criação do Estatuto do Idoso, operadoras dificultam o ingresso de pessoas com mais de 59 anos, que enfrentam uma via-sacra para contratar serviçosOperadoras de planos e seguros de saúde estão excluindo e rejeitando os idosos. Quatro anos depois da criação do Estatuto do Idoso, que proibiu o reajuste das mensalidades por mudança de faixa etária para clientes com idade acima de 60 anos, a medida acabou provocando um efeito bumerangue, voltando-se justamente contra aqueles que, em tese, deveriam ser amparados pela legislação. E no quesito que a terceira idade mais precisa de assistência: saúde. Impedidas de aplicar qualquer reajuste além do autorizado anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), muitas operadoras têm dificultado a entrada de usuários com mais de 59 anos, que não são interessantes para elas. O Estado de Minas acompanhou a aposentada Lúcia Alves Pessoa, de 79 anos, em algumas operadoras e corretoras que vendem planos e seguros de saúde de diversas empresas e constatou a dificuldade. Na primeira corretora, que vende planos de 14 empresas diferentes, a atendente foi categórica: a aposentada só conseguiria fazer um plano da Unimed ou da Admédico. “A maioria das empresas não aceita clientes com mais de 59 anos, nem no plano empresarial. A Golden Cross, por exemplo, só aceita novos contratos para pessoas com até 63 anos”, afirmou. Ao ser questionada por dona Lúcia do porquê, a funcionária não hesitou em responder: “É uma forma de forçar a mudança da cláusula do Estatuto do Idoso, que proibiu o reajuste por faixa etária para pessoas com essa idade”. Dona Lúcia ficou horrorizada. “Quer dizer que o idoso tem que morrer, pois não tem mais plano de saúde para ele”, desabafou. Em outra corretora, que também vende planos diversos, as opções apresentadas para dona Lúcia também foram as mesmas. A atendente até chegou a mencionar a Santa Casa Saúde, mas já descartou a hipótese logo de cara, alertando que, para contratar um plano naquela operadora, a aposentada teria que passar por uma entrevista médica e que poderia demorar até quatro meses. “Eles estão exigindo essa entrevista para pessoas com mais de 59 anos. Tenho uma cliente que fez a entrevista lá há dois meses e até hoje não enviaram nenhuma documentação para ela”, revelou.

O Estado de Minas também acompanhou dona Lúcia à Santa Casa Saúde e confirmou a necessidade de ela fazer uma entrevista com uma junta médica antes de contratar o plano para checar a ocorrência de doenças pré-existentes. Constatadas essas doenças, explicou o funcionário, o usuário tem que pagar algum valor além do fixado pelo plano se quiser ter cobertura para essas doenças antes do término do período de carência. Ao saber a idade da aposentada, o atendente foi logo perguntando se ela tinha algum problema de saúde. “Faço controle de colesterol e tomo remédio para pressão”, respondeu ela. “Aí pode dar algum problema”, deixou escapar. Ao sair dali, Lúcia expressou novamente sua revolta e sentimento de discriminação: “É comércio puro. As empresas só estão preocupadas com o lucro, não estão nem aí para a saúde”. Ela tem plano há muitos anos, mas viu que, se precisasse mudar hoje, ficaria na mão e não teria condições de pagar.