22 de outubro de 2010

Furto de carros faz USP pedir ajuda à Policia Militar

O número de furtos de carros na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo, mais que triplicou neste ano e a Polícia Militar teve de ser acionada pela reitoria da USP. Desde o início da semana, 15 PMs e guardas da instituição fazem duas blitz diárias no campus. Até então, eram esporádicas no local.

De janeiro a setembro do ano passado, ladrões furtaram 23 carros na universidade. No mesmo período deste ano já foram 77 casos, conforme dados da Coordenadoria do Campus da Capital.

Uma das vítimas foi o estudante de administração José Dias Pinto, 21. "Fui para a aula e quando voltei meu carro não estava". O Crossfox foi levado há cerca de um mês.

O aumento dos furtos vai na contramão dos índices da capital. No primeiro semestre (último dado divulgado pelo governo), houve redução de 8% nesse tipo de ocorrência. Na própria USP, os crimes estavam diminuindo. Outros furtos e roubos --quando há ameaça à vítima-- tiveram uma queda de até 66%.

Para a reitoria, uma quadrilha especializada está agindo. Segundo a USP, seu setor de segurança, com a ajuda da polícia, procura desvendar como é o modo de atuação do grupo, já que ele tem conseguido "driblar o sistema de monitoramento e controle" do órgão.

Desde 2006, a USP iniciou a instalação de câmeras. Hoje, 85 estão em operação. Na Cidade Universitária, por onde circulam 110 mil pessoas por dia, há 60 guardas desarmados.

A PM diz que foi chamada pela USP para fazer as blitz. Já a universidade alega que há uma ação conjunta entre a polícia e a guarda. Nas blitz, os policiais verificam documentos de veículos, se o condutor é procurado pela polícia ou se o carro tem queixa de roubo.

Até ontem, cinco pessoas que estão em liberdade condicional tinham sido encontradas. Nenhuma delas foi detida porque não estavam cometendo crimes. Porém, diz a polícia, elas não tinham motivos para circular por ali.

Sindicalistas reclamaram da ação da PM no campus. "A USP gasta com segurança privada, não precisa de polícia", diz a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Neli Wada.

Para o presidente da Associação dos Docentes, João Zanetic, a ação deveria ser discutida com a comunidade.

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