27 de outubro de 2010

Idade mínima para Previdência será medida eficaz no longo prazo, diz especialista

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa (com 60 anos ou mais), que respondia por 7,9% da população brasileira em 1992, passou a responder por 11,4% em 2009. Baseada nisso, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), sugeriu mudanças no sistema de Previdência, e entre as sugestões está uma revisão da idade mínima para aposentadoria e o fim das compulsórias.

Segundo o economista da Corretora Nunes & Grossi, Keyton Pedreira, estipular uma idade mínima para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) seria uma medida mais eficaz no longo prazo. "Entendo que é uma discussão técnica e política, já que não é uma solução popular, mas vai dar mais sustentabilidade à Previdência", disse. Isto por que a medida de elevação da idade mínima para a aposentadoria compulsória, para 65 anos, atingiria um percentual muito pequeno da população, de forma que não representaria uma diferença substancial nas contas da Previdência.

A coordenadora de População e Cidadania do Instituto, Ana Amélia Camarano, acredita que a revisão da idade mínima beneficia não só a Previdência, mas também os idosos que permanecem no mercado de trabalho por mais tempo. Ainda segundo ela, não mudar as aposentadorias agora coloca o Brasil na mesma linha de estagnação em que se encontra a França. Ana Amélia afirmou que, nos dias atuais, a saída do mercado de trabalho significa desintegração social e, consequentemente, cresce o número de aposentados que sofre de problemas como alcoolismo, depressão e suicídio.
O estudo do IPEA aponta a tendência de crescimento na população com mais de 20 anos. O levantamento demonstra que o contingente populacional do Brasil aumentou de 1,7 milhão em 1940 para cerca de 21,5 milhões no ano passado. Enquanto a população menor de 20 anos diminuiu em termos absolutos e relativos.

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